Suporte Circulatório no Choque Cardiogênico por Infarto Agudo do Miocárdio: finalmente uma luz no fim do túnel
O estudo “Microaxial Flow Pump or Standard Care in Infarct-Related Cardiogenic Shock” publicado no New England Journal of Medicine, explora o uso de uma bomba de fluxo microaxial (Impella CP) no tratamento de pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) com elevação do segmento ST (STEMI) complicado por choque cardiogênico.
Introdução
O choque cardiogênico é uma complicação grave do IAM, ocorrendo em 8-10% dos casos e associada a uma alta mortalidade de 40-50%. O estudo visou avaliar se a adição de uma bomba de fluxo microaxial ao tratamento padrão poderia reduzir a mortalidade em 180 dias comparado ao tratamento padrão isolado.
Métodos
Este foi um ensaio clínico internacional, multicêntrico e randomizado, envolvendo 355 pacientes. Os participantes foram alocados para receber a bomba de fluxo microaxial (Impella CP) além do cuidado padrão ou apenas o cuidado padrão. O desfecho primário foi a mortalidade por qualquer causa em 180 dias, enquanto os desfechos secundários incluíram uma série de eventos adversos graves.
Resultados
Os resultados mostraram que a mortalidade em 180 dias foi significativamente menor no grupo que recebeu a bomba de fluxo microaxial (45.8%) comparado ao grupo de cuidado padrão (58.5%). No entanto, o grupo da bomba de fluxo microaxial apresentou uma incidência maior de eventos adversos graves, como hemorragias e necessidade de terapia de substituição renal.
Discussão
Embora a utilização da bomba de fluxo microaxial tenha reduzido a mortalidade, ela também aumentou a ocorrência de complicações graves. Esses resultados destacam a necessidade de uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios ao considerar o uso desse dispositivo em pacientes com choque cardiogênico.
Conclusão
O estudo concluiu que o uso da bomba de fluxo microaxial Impella CP, em combinação com o cuidado padrão, pode oferecer uma nova esperança na redução da mortalidade em pacientes com STEMI complicado por choque cardiogênico, apesar dos riscos associados. A pesquisa aponta para a importância de continuar explorando e aprimorando métodos de suporte circulatório para melhorar os desfechos desses pacientes críticos.
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