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Estenose aórtica: diagnóstico ecocardiográfico

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Nesta nova aula de Fundamentos em Doenças Valvares – tudo o que você precisa saber sobre Estenose Aórtica, a Dra. Lynnie Arouca explica como diagnosticar a condição através do exame de ecocardiograma.

As aulas anteriores também estão disponíveis aqui no site – confira!

 

Quando indicar a revascularização miocárdica na doença coronária crônica

Você sabe quando indicar a revascularização do miocárdio em caso de doença coronária crônica? A Dra. Luhanda Monti e o Prof. Dr. Luiz Antônio Machado César discutem o assunto no novo episódio do Podcast Triple I.

Fundamentos em Doenças Valvares – Tudo o que você precisa saber sobre Estenose Aórtica: radiografia de tórax e eletrocardiograma

Dra. Layara Lipari

Conheça as doenças valvares, em especial a Estenose Aórtica. Descubra como identificar os sintomas através de exames como radiografia de tórax e eletrocardiograma.

 

A radiografia de tórax e o eletrocardiograma não fazem diagnóstico de Estenose Aórtica, mas trazem pistas importantes, principalmente sobre as repercussões desta valvopatia, quando anatomicamente importante.

Para analisar essas repercussões, precisamos partir da fisiopatologia. Na Estenose Aórtica, pela obstrução à saída do fluxo de sangue do coração, temos um aumento da pressão dentro do ventrículo esquerdo. O remodelamento que ocorre em resposta ao aumento de pressão é a hipertrofia concêntrica (sarcômeros replicando-se em paralelo), diferente da sobrecarga de volume, em que ocorre a hipertrofia excêntrica (replicação dos sarcômeros em série).

Na radiografia de tórax vale a pena atentar para a presença de calcificação na topografia da valva aórtica, seja na imagem em perfil ou póstero-anterior, como uma pista da etiologia, bem como na presença de alargamento do mediastino ou sinais de aortopatia. 

A radiografia de tórax pode ser normal mesmo na presença de Estenose Aórtica importante com hipertrofia ventricular, pois como a hipertrofia é concêntrica, pode não haver alteração da silhueta cardíaca. Em alguns casos, principalmente em fases mais avançadas da doença com sobrecarga e aumento de câmaras esquerdas, podemos encontrar aumento de silhueta cardíaca. Quando há aumento do átrio esquerdo, podemos encontrar o sinal do duplo contorno e o sinal da bailarina, que é a retificação e elevação do brônquio-fonte esquerdo, sob o qual está apoiado o átrio esquerdo. 

Para os pacientes que já fizeram alguma intervenção valvar, podemos ver sinais ao exame, como fios de sutura do esterno e mesmo a presença de prótese – das mais antigas, como a bola-gaiola ou Starr-Edwards (que já não é mais utilizada), até as mais recentes, incluindo próteses de implante transcateter.

Ao eletrocardiograma, podemos encontrar sinais de sobrecarga de câmaras esquerdas (ou apenas de ventrículo esquerdo), podendo haver ainda fibrilação atrial, bloqueio do ramo esquerdo e bloqueio atrioventricular de primeiro grau. 

Quando avaliamos o eletrocardiograma, iniciamos pela avaliação do ritmo – procurando identificar um ritmo sinusal (onda P positiva em D1 e aVF e toda onda p conduz). Já para olhar sobrecarga de ventrículo esquerdo, temos diversos critérios e geralmente usamos mais de um para esta avaliação. 

  • Sokolow-Lyon: Onda S em V1 + R em V5  ou V6 (o que for maior) = positivo quando acima de 40 em jovens e 35 para os demais pacientes. 
  • Índice de Cornell = R de aVL + S de V3 = positivo quando superior a 20 em mulheres e 28 em homens.
  • Peguero-Lo Presti = Maior S em qualquer derivação + S de V4 = positivo quando maior ou igual a 23mm em mulheres e 28mm em homens. O interessante desse critério é que leva em consideração que a orientação espacial do coração do paciente, que pode ser um pouco desviado (principalmente nos casos de sobrecargas).
  • Padrão de strain nas derivações esquerdas = Presença da inversão de onda T com infradesnivelamento do segmento ST.
  • Critérios de Romhilt-Estes = positivo na soma de 5 pontos:

3 pontos: QRS (>20mm plano frontal e 30mm horizontal); strain na ausência de ação digitálica; e índice de Morris (aumento da duração da onda P maior que 1mm e da amplitude da onda p também superior a 1mm vistos em V1, denota sobrecarga de átrio esquerdo).

2 pontos: desvio do eixo elétrico do QRS além de -30º.

1 ponto: Tempo de Ativação Ventricular ou deflexão intrinsecoide >40ms (definida como o tempo desde o início do QRS até o pico da onda R); duração QRS (> 90 ms) em V5 e V6; e padrão strain sob ação do digital.

 

Todos estes critérios se correlacionam com a presença de sobrecarga de ventrículo esquerdo, seja por estenose aórtica ou outra etiologia. 

Outra alteração eletrocardiográfica que podemos encontrar é a presença de bloqueio atrioventricular de primeiro grau, definida pela presença de intervalo PR acima de 200 ms, fixo e sem bloqueio na condução AV (ou seja, toda onda P conduz). Vale a pena lembrar da anatomia valvar e do esqueleto fibroso do coração, em que há proximidade importante da valva aórtica com o nó atrioventricular e com o ramo esquerdo. A evolução da valvopatia principalmente com calcificação do anel valvar e regiões adjacentes pode levar a bloqueio atrioventricular de primeiro grau e/ou a bloqueio de ramo esquerdo. O bloqueio de ramo esquerdo é visto no eletrocardiograma como aumento da duração do QRS superior a 120ms. 

A sobrecarga de átrio esquerdo com alteração estrutural pode levar também a distorção do sistema de condução atrial, levando a fibrilação atrial, vista no eletrocardiograma pelo padrão de ondas f na linha de base e RR irregular. 

Finalmente, vale a pena comentar que alguns casos de Estenose Aórtica importante podem não apresentar sobrecarga de ventrículo esquerdo, mas sim sinais de baixa voltagem ao eletrocardiograma. Nestes casos, em que a ausculta vai direcionar para uma hipótese, porém o eletrocardiograma mostra este padrão de baixa voltagem, é importante lembrar da amiloidose cardíaca, visto que pacientes idosos portadores de estenose aórtica grave de baixo fluxo e baixo gradiente podem apresentar amiloidose em até 10% a 15% dos casos.

 

  1. Eletrocardiograma em 7 aulas – Temas avançados e outros métodos – Friedmann 2ª edição, editora Manole. 
  2. Pastore, CA et al. III Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre análise e emissão de laudos eletrocardiográficos. Arq Brasileiros de Cardiologia. 2016, v. 106, n. 4 Suppl 1. https://doi.org/10.5935/abc.20160054
  3. Wave-maven ECG (https://ecg.bidmc.harvard.edu/maven/displist.asp?ans=1) 
  4. Anderson RH. The surgical anatomy of the aortic root, in: Multimedia Manual of Cardiothoracic Surgery, doi:10.1510/ mmcts. 2006.002527 
  5. Simões MV, Fernandes F, Marcondes-Braga FG, Scheinberg P, Correia E de B, Rohde LEP, et al. Posicionamento sobre Diagnóstico e Tratamento da Amiloidose Cardíaca – 2021. Arq Bras Cardiol 2021Sep;117(3):561–98. Available from: https://doi.org/10.36660/abc.20210718 
  6. https://radiopaedia.org/ 

Qual o futuro da tecnologia dos stents coronários?

Dr. Roger Godinho, Dr. Carlos Campos e o Prof. Dr. Alexandre Abizaid falam sobre o assunto no novo episódio do Podcast Triple I.

Bate papo: estudo Stop Dapt 2

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Neste bate-papo com especialistas, os Drs. Luhanda Monti, Roger Godinho e Carlos Campos apresentam uma discussão enriquecedora com os destaques do Estudo Stop Dapt 2 e a repercussão da short dapt com clopidogrel na prática.

 

 

Estenose aórtica: radiografia de tórax e eletrocardiograma

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Vamos falar sobre radiografia de tórax e eletrocardiograma na Estenose Aórtica? A Dra. Layara Lipari conduz nossa 4ª aula de Fundamentos em Doenças Valvares – tudo o que você precisa saber sobre Estenose Aórtica!

As aulas anteriores estão disponíveis aqui no site – confira!

 

O coração do maratonista: a ciência do endurance e a saúde cardiovascular

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As atividades de endurance têm algum efeito na saúde cardiovascular? Esse é o tema deste bate-papo entre os Drs. Roger Godinho, Thiago Marinho e Fábio Conejo.

 

 

O coração do maratonista: a ciência do endurance e a saúde cardiovascular

As atividades de endurance têm algum efeito na saúde cardiovascular? Esse é o tema do novo episódio do Podcast Triple I, apresentado pelos Drs. Roger Godinho, Thiago Marinho e Fábio Conejo. Se preferir, você também pode assistir a este bate-papo aqui no nosso site.

Lesões na Cineangiocoronariografia

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Os Drs. Pedro Jallad e Rafael Bergo apresentam mais um episódio dos conteúdos especiais de cineangiocoronariografia; agora, vamos conhecer um pouco mais sobre as lesões.

 

 

Lesões na Cineangiocoronariografia

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Dando continuidade aos conteúdos sobre cineangiocoronariografia, vamos falar sobre lesões nas coronárias. Os Drs. Pedro Jallad e Rafael Bergo fazem um convite especial para a próxima aula sobre o tema, que será publicada em breve.

Se você perdeu as aulas anteriores, confira aqui no site os conteúdos já publicados sobre o assunto. Acompanhe nossas publicações e não perca o próximo vídeo do tema, que vamos divulgar em 4 de abril!