Highlights do ACC-2023: Five-Year Follow-up after Transcatheter Repair of Secondary Mitral Regurgitation
Gabriel Kanhouche
Recentemente ocorreu o congresso do American College of Cardiology – ACC 2023, sendo apresentada a avaliação de 5 anos de seguimento do COAPT. Como já mostrado em estudos prévios, seguimento de 2 anos do COAPT para paciente com insuficiência mitral funcional foi seguro e efetivo. Gregg W. Stone e colaboradores proporam a avaliação dos dados de um acompanhamento de 5 anos dos desfechos após o reparo transcateter de borda-a-borda da insuficiência mitral grave, em comparação com os resultados após terapia medicamentosa otimizada direcionada por diretrizes, em pacientes com insuficiência cardíaca.
Com patrocínio da indústria, foi randomizado pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência mitral secundária moderada a grave ou grave que permaneceram sintomáticos (NYHA II-IV) apesar do uso de doses máximas de terapia medicamentosa direcionada por diretrizes para serem submetidos a reparo transcateter de borda-a-borda, além de receber terapia médica (grupo dispositivo) ou receber terapia médica otimizada isolada (grupo controle) em 78 locais nos Estados Unidos e no Canadá. Os principais critérios de exclusão foram diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo superior a 7 cm, hipertensão pulmonar grave e insuficiência ventricular direita sintomática moderada ou grave. O desfecho primário de efetividade foi todas as internações por insuficiência cardíaca ao longo do seguimento. A taxa anualizada de todas as hospitalizações por insuficiência cardíaca, mortalidade por todas as causas, risco de morte ou hospitalização por insuficiência cardíaca e segurança, entre outros desfechos, foi avaliada ao longo de 5 anos. Após a visita de 2 anos.
Dos 614 pacientes inseridos no estudo, 302 foram designados para o grupo de dispositivos e 312 para o grupo de controle. A taxa anualizada de hospitalização por insuficiência cardíaca até 5 anos foi de 33,1% ao ano no grupo dispositivo e de 57,2% ao ano no grupo controle (hazard ratio, 0,53; [IC] de 95%, 0,41 a 0,68). A mortalidade por todas as causas até 5 anos foi de 57,3% no grupo dispositivo e 67,2% no grupo controle (hazard ratio, 0,72; IC 95%, 0,58 a 0,89). A morte ou hospitalização por insuficiência cardíaca dentro de 5 anos ocorreu em 73,6% dos pacientes do grupo dispositivo e em 91,5% daqueles do grupo controle (hazard ratio, 0,53; IC 95%, 0,44 a 0,64). Nas análises post hoc, as diferenças na taxa de internações por insuficiência cardíaca e na mortalidade divergiram entre os grupos até 3 e 2 anos, respectivamente; posteriormente, essas taxas de eventos apareceram ser semelhante nos dois grupos. Eventos de segurança específicos do dispositivo dentro de 5 anos ocorreram em 4 dos 293 pacientes tratados (1,4%), com todos os eventos ocorrendo dentro de 30 dias após o procedimento.
A conversão de tratamento clínico otimizado com reparo transcateter de borda-a-borda foi permitido em pacientes do grupo controle que ainda atendiam a todos os critérios de inscrição originais, o que ocorreu em 21.5% com mediana de 26 meses após a randomização. O tratamento transcateter em pacientes do grupo controle foi um preditor independente de ausência de morte subsequente ou hospitalização por insuficiência cardíaca neste grupo (hazard ratio, 0,53; IC 95%, 0,36 a 0,78). As taxas de eventos após o reparo transcateter de borda-a-borda entre os pacientes do grupo controle pareceram semelhantes àquelas entre os pacientes que haviam sido originalmente designados para o grupo de dispositivos.
Os autores concluíram que entre os pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência mitral secundária moderada a grave ou grave que permaneceram sintomáticos apesar da terapia medicamentosa otimizada direcionada por diretrizes, o reparo transcateter de borda-a-borda da válvula mitral foi seguro e levou a uma menor taxa de hospitalização por insuficiência cardíaca e menor mortalidade por todas as causas através de 5 anos de acompanhamento do que a terapia medicamentosa isolada.
Referência:
1 – Stone GW, Abraham WT, Lindenfeld J, Kar S, Grayburn PA, Lim DS, Mishell JM, Whisenant B, Rinaldi M, Kapadia SR, Rajagopal V, Sarembock IJ, Brieke A, Marx SO, Cohen DJ, Asch FM, Mack MJ; COAPT Investigators. Five-Year Follow-up after Transcatheter Repair of Secondary Mitral Regurgitation. N Engl J Med. 2023 Mar 5.
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