Qual a interpretação do espessamento subclínico dos folhetos

Gabriel Kanhouche

A TAVI é um dispositivo de uso cada vez mais abrangente nos pacientes com estenose aórtica. Seu uso em pacientes mais jovens e com maiores expectativas de vida geram indagações sobre a durabilidade e complicações a longo prazo.

Além da degeneração e trombose propriamente dita da prótese, existe uma condição com potencial de acelerar a degeneração da prótese caracterizada pelo espessamento subclínico do folheto.

Segundo o VARc-3, o espessamento subclínico pode ser classificado quanto a atenuação e mobilidade dos folhetos. “HALT” é a hipoatenuação com espessamento de pelo menos um folheto e RELM quando essa hipoatenuação se soma à redução da mobilidade

O exame padrão-ouro para avaliação é tomografia computadorizada de alta resolução e o ecocardiograma não avalia bem casos subclínicos.

Alguns estudos mencionam a ocorrência desse achado tomográfico em até um quinto das TAVIs. Clinicamente o paciente em sua maioria é assintomático, porém há uma correlação fraca de maiores eventos cerebrovasculares, aumento do gradiente e deterioração valvar naqueles que tem espessamento dos folhetos.

Entretanto, o uso de anticoagulante não é uma recomendação forte quando não sinal de deterioração valvar. O estudo GALILEO analisou pacientes com TAVI que não tinham indicação para anticoagulação crônica e randomizou para Rivaroxabana etr terapia antiplaquetária. Os pacientes com anticoagulação tiveram menos HALT e RELM, mas às custas de aumento de sangramento maior, eventos tromboembólicos incapacitantes e morte.

Certamente há uma lacuna de informação referente ao tratamento desse perfil de paciente e mais estudos precisam ser desenvolvidos para melhor entender as consequências do espessamento subclínico dos folhetos.

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